quarta-feira, 22 de outubro de 2008

"São sempre tão compridos quando não te vejo, meu amor, e tão curtos quando chegas, apesar de conseguires fazer parar sempre os ponteiros do relógio"



“Há momentos que nos ficam para sempre, que guardamos em segredo e no silêncio, para nada nem ninguém lhes possam tocar. São só nossos. A sua importância é incomensurável e por isso pertencem a outra dimensão. A dimensão rara e perfeita que se sente em certas músicas ou em tardes de Verão, em que nós somos mesmo nós e, apesar disso, conseguimos estar em paz."

(Aviões de papel - Margarida Rebelo Pinto)




“Nós temos instantes.
É isso que são, breves ocasiões feitas de presença mútua.
Às vezes, são uns segundos apenas mas vêm carregados de toda a consistência do tempo que nos antecede.
Reparo neles, não depois, mas sim no preciso momento em que acontecem, é aí que lhes dou espaço para existirem, dou-lhes intenção para que se suspendam e, em troca, eles permanecem.
Guardo-nos assim, interiorizo-nos assim.
Interessante verbo este - "interiorizar". Fui ao dicionário ver como o português paginado o define e lá diz: "tornar interior; trazer para dentro de si".
Já viste bem? Eu agarro nos nossos instantes e torno-os interiores a mim, trago-os para dentro e guardo-os por debaixo da pele, tornam-se parte do que sou.
Percebes agora como vives em mim?”

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