quinta-feira, 27 de novembro de 2008

"E eu lhe digo adeus...”



"Já não se encantarão os meus olhos nos teus olhos,
já não se adoçará junto a ti a minha dor.

Mas para onde vá levarei o teu olhar
e para onde caminhes levarás a minha dor.





Fui teu, foste minha. O que mais? Juntos fizemos
uma curva na rota por onde o amor passou.

Fui teu, foste minha. Tu serás daquele que te ame,
daquele que corte na tua chácara o que semeei eu.

Vou-me embora. Estou triste: mas sempre estou triste.
Venho dos teus braços. Não sei para onde vou.

Do teu coração me diz adeus uma criança.
E eu lhe digo adeus.”

(Pablo Neruda)





“Do lugar onde estou já fui embora.
Me despedi em silêncio
sem fazer alarde.
Não deixei saudades,
tampouco levo lembranças...




Uma sombra tênue e colorida,
feito um último pôr de sol,
anuvia a visão perfeita
dos meus olhos castanhos...
Pelo fosco da madrugada
vejo rostos e coisas novas.
A penumbra me abraça.
Transformo-me em partícula
viva e colorida da noite...”

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